Achei possível falar de tudo
Mas geralmente esperam lançar
Lançar em cada música, o seu todo
Meu coração quer um depoimento calmo
Não custa ausentar - me
O pensamento vai e na verdade fica
Já não tenho amigos
Escrevo palavras que me acompanham
As folhas cheias de orelha, aguardo chamar
Guardo as pegadas de mamute, fotografo os caminhos
Dos leões e dos elefantes
São orelhas de papel que se movimentam com o respirar
Na ponta do nariz
Escrevo sempre de alguém para alguém
Não sei quem, agora não me preocupo
Pois há na palavra há, por tanto haver, verá o tom
Meu único infinitivo, a rima do seu viver, ouvir
Nem seu nem meu blá blá blá
Santo infinitivo capta a palavra no ar
As canções sempre estiveram antes de mim, lár
Não mais meus bustos ao mar
Amigos esculpem belas pegadas da história
Resolvo escrever sem pensar
Corro com as letras porque é preciso
Cada quilate de passo, stop by step by stop by step
Raro subtítulo
Quem sabe na vida completo todos meus anos
Quando ao tempo perdido, ficastes lendo
Escrevo para te fortalecer
Meu eu não é meu, nem seu, é do ouvir da vida, se é a vida que está
Por isso prefiro as pegadas correndo
Respirando nas asas dos livros
E as folhas se mexendo
De manha o início da feira livre, popular
Poemas são os poetas de seu religar em ruídos
Comovem letras seguidas e vibram sem ar
Infinito video arrolar texto sem fim
Gravações do infinitivo
Poeta morto.